Não é de hoje que estamos cientes que a
poluição das grandes cidades aumenta as chances de câncer, mas até certo
tempo atrás não sabíamos o porquê, e foi isto que a pesquisa realizada
pela USP (Universidade de São Paulo) descobriu. O acetaldeído e
crotonaldeído (aldeídos presentes na fumaça dos cigarros e automóveis),
são os responsáveis pela modificação genética.
O câncer é o resultado da multiplicação
descontrolada de células com algum defeito. Como estas não funcionam
bem, a multiplicação acontece muito rápido, o que gera grandes danos ao
organismo. O espalhamento deste código genético defeituoso pelo resto do
corpo compromete ainda mais o organismo, podendo levar inclusive à
morte.
O estudo realizado pela USP analisou
detalhadamente a urina de diversas pessoas (82 ao total), e chegou a
conclusão que dois aldeídos presentes na fumaça do cigarro e dos
automóveis estavam ligados ao câncer.
Na pesquisa não foram usadas pessoas que
fizessem uso de suplementos alimentares, álcool, cigarro, medicamentos,
ou que possuíssem problemas de saúde.
O estudo desenvolveu ainda uma forma não
invasiva para análise, já que é a primeira vez que a urina é usada como
biomarcador neste tipo específico de estudo.
Segundo
a pesquisadora Marisa Helena, os aldeídos modificam a estrutura do DNA,
mas as enzimas protetoras do mesmo realizam a cisão desta parte, o que
impede o câncer – nas palavras da mesma: isto é o que entendemos por
urina. Se por algum motivo qualquer, este corte não acontecer, o câncer é formado.
”Pretendemos
ampliar esse estudo analisando e comparando amostras de urina de
moradores de diferentes bairros na cidade de São Paulo e de diferentes
cidades”, afirma Marisa Helena, pesquisadora da USP. [USP]