Uma fatia de fígado impressa em 3D
oferece a promessa de acelerar a descoberta de novos medicamentos e
abrir caminho para o crescimento do órgão completo e transplantável.
A capacidade do fígado de se regenerar
naturalmente torna o cenário ideal para a bioimpressão – o campo do uso
da tecnologia de impressão 3D para imprimir camadas de células vivas com
uma precisão guiada por computador. A Organovo, uma startup localizada
em San Diego, nos EUA, vê o fígado como um trampolim sólido para o
aperfeiçoamento da ciência da construção de órgãos humanos em
laboratório.
“O fígado tem a capacidade de se
regenerar”, disse Keith Murphy, CEO da Organovo. “Esta é uma das áreas
mais promissoras no que diz respeito ao transplante de órgãos impressos
em 3D, pois você sabe que as células podem fazer o trabalho, uma vez que
elas estão no lugar.”
A startup atingiu um grande marco em
outubro, anunciando que tinha criado fatias 3D do fígado que tinham de
fato as funções do órgão, como a filtragem de nutrientes, toxinas e
drogas, por até 40 dias.
O tecido de fígado da Organovo também
mostrou uma resposta normal ao medicamento chamado acetaminofeno,
vendido sob diversas marcas. Os resultados sugerem que as fatias do
fígado impressas em 3D funcionam normalmente como um típico fígado
humano.
Tal sucesso não significa que os médicos
irão transplantar um órgão impresso em 3D em um paciente humano tão
cedo. Órgãos tão complexos como o fígado, rins e o coração exigem redes
de pequenos vasos sanguíneos para se manterem saudáveis. Construir os
vasos sanguíneos e outras estruturas nas menores escalas ainda
representa um enorme desafio para as impressoras 3D.
Mas o fígado ainda representa um dos
tecidos de órgãos humanos mais fáceis de serem impressos, porque o órgão
é relativamente menos complexo do que um rim, por exemplo.
Uma das etapas da Organovo envolve o uso
de suas fatias de fígado para dar respostas realistas de tecidos
humanos para candidatos a medicamentos – um caminho para acelerar a
investigação farmacêutica em novos medicamentos e reduzir a dependência
de testes em animais, que normalmente sã menos precisos. A empresa
planeja lançar o seu fígado humano em 3D completo em 2014. [LiveScience]