O mundo está cheio de cidades em ruínas,
mas algumas são muito misteriosas e assombram nossa imaginação. Mesmo
que saibamos quem as construiu, certos aspectos da cidade podem
simplesmente desafiar a nossa compreensão na idade moderna. Aqui estão
sete cidades antigas que nunca poderemos entender plenamente.
Çatalhöyük, Turquia
Em 7500 aC, esta cidade na região da
Mesopotâmia (atual Turquia), abrigava milhares de pessoas e é
considerada por muitos como um dos primeiros assentamentos urbanos do
mundo. Mas a cultura das pessoas aqui era diferente de tudo que
conhecemos hoje. Primeiramente, eles construíram a cidade como um favo
de mel, com casas compartilhando paredes. Casas e prédios eram
acessados por portas cortadas em telhados. As pessoas caminhavam nas
ruas através destes telhados, e desciam as escadas para chegar a seus
aposentos. Entradas eram muitas vezes marcadas com chifres de touros, e
os membros da família mortos eram enterrados no chão de cada casa. Não
está claro o que aconteceu com a cultura do povo que viveu nesta cidade.
Seu estilo arquitetônico parece ser único.
Palenque, México
Como uma das maiores e mais bem
preservadas cidades-estado maia, Palenque é o centro do mistério de toda
a civilização maia – que se ergueu, dominou partes do México,
Guatemala, Belize e Honduras, e em seguida, desapareceu sem muitas
explicações. Embora descendentes dos maias ainda estejam prosperando no
México e na América Central, ninguém tem certeza por que as grandes
cidades maias ficaram em ruínas e foram abandonadas por volta de 1400.
Palenque estava em seu auge durante o período clássico da civilização
maia, dentre os anos de 700-1100. Como muitas cidades maias, Palenque
tinha templos, palácios e mercados. Mas a cidade, localizada perto do
que hoje é conhecido como a região de Chiapas, tem algumas das
esculturas mais detalhadas e inscrições da civilização maia, oferecendo
importantes informações históricas sobre reis, batalhas e a vida
cotidiana da civilização. Teorias para explicar por que essa e outras
cidades maias foram abandonadas incluem a guerra, a fome e a mudança
climática.
Cahokia, EUA
Localizada lado do rio Mississippi no
que é hoje St. Louis, Cahokia foi por centenas de anos a maior cidade da
América do Norte. Os seus habitantes construíram enormes montes de
terra – alguns dos quais você ainda pode visitar hoje – e grandes praças
que serviram de mercados e locais de encontro. Há fortes evidências de
que os habitantes tinham práticas agrícolas muito sofisticadas, e que
eles desviaram afluentes do Mississippi várias vezes para regar seus
campos. Tal como os maias, o povo de Cahokia estava no seu auge
civilizacional entre 600-1400. Ninguém sabe ao certo porque a cidade foi
abandonada, nem como a região era capaz de sustentar uma civilização
urbana de alta densidade (até 40 mil pessoas) por centenas de anos.
Derinkuyu, Turquia
Derinkuyu é uma enorme e antiga cidade subterrânea que remonta ao Império Bizantino. Não se sabe quando a cidade foi construída – algumas fontes dizem que no 7º século aC -, mas não teria atingido seu maior tamanho até o período entre 500-1000 dC, quando ela tinha cinco andares de profundidade, com espaço para 20 mil pessoas, além de pecuária, cozinhas, uma igreja, e uma instalação de vinificação. Os moradores cavaram túneis e salas sob suas casas, sob a areia vulcânica da região central turca da Capadócia. Uma civilização subterrânea inteira foi prosperando aqui durante a Idade Média.Durante séculos, as pessoas fugiram para a área para encontrar um refúgio seguro contra os anti-cristãos, bandidos e, mais tarde, muçulmanos. Eventualmente, eixos longos foram escavados para conectar Derinkuyu com outras cidades subterrâneas na área. A cidade foi selada em algum momento após o século 10, e só foi reaberta ao público em 1969.
Pompeia, Itália
Há amplos registros históricos que
documentam a cidade romana de Pompeia, que foi enterrada em cinzas após
a erupção catastrófica do Monte Vesúvio, em 79 dC. Sabemos que a cidade
foi parcialmente destruída por um terremoto anos antes de o vulcão
entrar em erupção, e que muitas de suas maiores casas já foram
abandonadas antes da explosão final, que apagou a cidade para sempre.
Nós até sabemos, a partir de registros históricos, que o Vesúvio começou
a soltar cinzas e causar tremores nos dias que antecederam a erupção
fatal. Então, qual é o mistério?
Como Pompeia foi perfeitamente
preservada na configuração exata que tinha em 79 dC, existem centenas de
detalhes históricos que são totalmente estranhos para os olhos
contemporâneos – incluindo estranhas estátuas decorativas, grafite,
artes inexplicáveis, e condições de vida que são diferentes de qualquer
coisa que você vê em uma cidade moderna. Uma coisa é ler relatos
históricos da Roma Antiga, e outra coisa é andar pelas ruas de uma
cidade romana inalterada desde o auge do Império. Os mistérios da vida
cotidiana são muitas vezes maiores do que os mistérios de como a
civilização entrou em colapso.
Thonis, Egito
No oitavo século aC, a cidade lendária
foi a porta de entrada para o Egito, uma cidade portuária que estava
cheia de monumentos incríveis, comerciantes ricos, e grandes edifícios.
Agora ela está totalmente submersa no Mar Mediterrâneo. Thonis começou o
seu lento declínio após a ascensão de Alexandria. Mas, eventualmente, a
cidade foi engolida pelo mar, que já foi a fonte de sua riqueza.
Ninguém sabe ao certo como isso aconteceu, mas pelo oitavo século dC, a
cidade desapareceu. Ela pode ter sido vítima da liquefação após um
terremoto. [As 9 cidades submersas mais incríveis do mundo]
Machu Picchu, Peru
Muitas coisas permanecem misteriosas
sobre o Império Inca, que dominou partes das regiões hoje conhecidas
como Peru, Chile, Equador, Bolívia e Argentina por centenas de anos
antes de os espanhóis invadirem, destruírem as suas cidades, e queimarem
suas bibliotecas de registros quipu (a linguagem Inca).
Embora saibamos muito sobre a tecnologia
Inca, arquitetura e agricultura avançada – que estão em evidência na
grande cidade inca Machu Picchu – nós ainda não podemos ler o que sobrou
das tapeçarias que contêm seus registros escritos. E nós não entendemos
como eles ergueram um vasto império sem nunca ter construído um único
mercado. É isso mesmo – Machu Picchu e outras cidades incas não tinham
comércio. Esta é uma diferença gritante da maioria das outras cidades
antigas, que muitas vezes são construídas em torno de praças centrais e
mercados. Como é que uma civilização tão bem sucedida existiu sem uma
economia reconhecível? [O maior mistério do Império Inca era sua estranha economia]